Coloquio 12 (Garcia da Orta)

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Coloquio 11
Garcia da Orta, Coloquios dos simples, 1563)
Coloquio 13

[151)

De duas maneiras de camfora e das carambolas

A camfora he de duas maneiras, huma se diz camfora de Burneo, a qual nunca foi vista em nossas regiões, ao menos de quando eu lá estava, e não me maravilho porque esta custa tanto huma libra, quanto custa hum quintal de camfora da China.

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Antonia traz desse arvore alguma carambola, que assi se diz em malavar ; e ficounos em uso os nomes malavares, por ser a primeira terra que conhecemos.

Fermosas são, e sam agras doces e não muito azedas, são do tamanho de ovos pequenos de galinha e sam muito amarelas. O que milhor parece nellas, he serem fendidas em quatro partes, que fazem quatro partes menores de circulo.

Chamase em canarim e em decanim camariz, e, em malaio, balimba.

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Nota (1)

Aëcio, natural de Amida na Mesopotamia, estudante em Alexandria, e mais tarde medico em Constantinopla, recebeu sem duvida o conhecimento que teve da canfora dos arabes, que já então (VI seculo) frequentavam aquellas terras... É um facto incontestavel, que os auctores arabes fallam geralmente da canfora de Kansur ou de Fansur, a qual era - como logo veremos, a do archipelago.

Noms acceptés : Dryobalanops aromatica, camphrier de Bornéo ; Cinnamomum camphora , camphrier de Chine.

Nota (4)

Averrhoa Carambola, Linn., chamada vulgarmente carambola, e kamaranga, que deve ser o seu "Camariz".

Nom accepté : Averrhoa carambola.